Nem se chegou perto de alguma conclusão sobre os tênis minimalistas, e lá vem outra proposta: as dos tênis maximalistas. Sim, isso mesmo, na ponta oposta, temos a quase antítese.
Os tênis maximalistas se propõem a atender um outro perfil de corredor, trazendo algumas características e supostos benefícios.
# Em função do alto amortecimento, ajuda corredores de ultramaratonas ou mesmo maratona em asfalto, a forçar menos as articulações e evitar lesões.
# Esse amortecimento também, oferece um maior conforto, mesmo sacrificando um pouco a energia utilizada na corrida, em distancia memores, pode ser uma "troca" benéfica.
Vale, SEMPRE, a máxima de que não existe receita de bolo, ou seja: cada indivíduo tem suas necessidades, limitações, objetivos e para cada um desses, existe uma solução que melhor lhe atende. Portanto, o que vale para um, não necessariamente funciona para outro.
O Blog Penso Logo Corro, do Zé Lúcio Cardim, traz uma séria de perguntas que ajudam a entender e conhecer melhor o produto. Aproveito para compartilhar com vocês:
O que é maximalismo?
Dois corredores de montanha franceses que trabalharam na Salomon, Nicolas Mermoud e Jean-Luc Diard, fundaram a Hoka One One há quatro anos. A concepção da marca foi construir um calçado de corrida baseado em esquis de neve, na suspensão das mountains bikes, no design de algumas raquetes de tênis oversized e em bicicletas de neve, com seus pneus maiores. A ideia, sempre, era que o tênis tivesse uma área principal maior, que melhorasse o desempenho. Mas não é apenas no maior amortecimento que os criadores investiram: design, entressola e, como diria o técnico Tite, “calçabilidade”.
Tendência ou modinha?
A regra é a mesma: assim como com qualquer tênis de corrida, você precisa encontrar um confortável, de acordo com seu porte e com a maneira como você executa a pisada. Maximalismo é apenas outra opção. Alguns corredores amarão; outros, não.
Maximalismo é para ultramaratonistas?
Os tênis maximalistas, até agora, foram melhor aceitos nas ultramaratonas. Na verdade, uma estimativa conservadora em algumas das maiores ultras norte-americanas do ano passado mostraria que 40% a 60% dos corredores calçavam Hoka. Por quê? Porque o amortecimento extra é apreciado ainda mais depois de horas de impacto. Mas esse princípio também se aplica a longas distâncias nas estradas — é por isso que cada vez mais maratonistas e triatletas de endurance também podem ser vistos calçando Hoka (alguns maratonistas de elite americanos fazem seus treinos longos e de recuperação com esse tipo de tênis).
Existem estudos científicos sobre tênis maximalistas?
Nenhum, nem mesmo das próprias empresas envolvidas. Vários fabricantes encomendam suas próprias pesquisas de desenvolvimento de produto (e contratam especialistas em biomecânica), mas esses testes — como era de se esperar…— normalmente apoiam o marketing das empresas. Mas há muitas opiniões abalizadas sobre os calçados maximalistas, pró e contra.
Tênis maximalistas são o oposto dos minimalistas?
Sim e não. Certamente, o conceito de “alto-e-longe-do-chão” é a antítese do “baixo-e-perto-do-chão” (premissa básica dos calçados minimalistas ou barefoot). No entanto, maximalistas não foram projetados com a motivação de design “mais é mais” (em oposição ao “menos é mais”). Na verdade, muitos tênis maximalistas usam muito do design minimalista moderno — materiais que são tão leves quanto possível, evitando materiais em excesso e incorporando pouco drop (de 0 a 8 milímetros).
Tênis maximalistas não são instáveis?
Alguns podem ser, mas a maioria, não. O maior motivo é o perfil largo dos calçados. A maioria dos maximalistas é 20% a 30% mais larga do que os tênis tradicionais, e esse contato adicional com o solo cria maior estabilidade. Também, as empresas têm trabalhado com várias densidades de espuma de amortecimento da entressola.
Tênis maximalistas diminuem a percepção proprioceptiva entre pé e chão? E isso faz de você um corredor menos eficiente?
Sim, eles definitivamente tiram a “sensação de chão”. Mas muitos corredores dizem que ganhar em amortecimento é uma ótima troca. Quanto à eficiência, é uma boa pergunta. A perda parece lógica, embora o peso relativamente leve possa compensar o potencial arrasto de um tênis com essa enorme área. No entanto, para ultramaratonistas, sacrificar um pouco de eficiência pode ser aceitável para o conforto e menos fadiga muscular depois de 50 ou 80 quilômetros de corrida.
Todos os tênis maximalistas são iguais?
Não. Cada modelo que testamos é bem diferente um dos outros. Alguns são muito macios e lisos, outros são elásticos e resistentes, e há os muito mais firmes. Alguns são muito leves, outros são bastante pesados. Alguns são completamente neutros, outros oferecem uma quantidade significativa de estabilidade.
O que os corredores mais gostam nos tênis maximalistas?
Até agora, aqueles que adotaram os Hoka One One parecem sugerir que é o amortecimento extra, mas o verdadeiro motivo está na redução da fadiga das pernas em longas distâncias e o menor tempo de recuperação — há também a ideia de que a abundante entressola ajude a diminuir a taxa de pronação de forma menos dura do que um modelo tradicional. Por outro lado, aqueles que não gostam afirmam que os maximalistas são muito pesados, desajeitados e caros.
E aí? Vai testar no seu próximo desafio?
Olá, Daniel,
ResponderExcluirNão conhecia essa. Um pessoal do grupo vai para a de Punta, 20/09.
Abraço,
Roberto