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domingo, 30 de julho de 2017

Nem Sempre é o Que Vemos...

É interessante que o ser humano tem suas crenças e paradigmas e norteia sua vida segundo esses preceitos.

No meu retorno, obviamente, a planilha manda é conservadora. E eu, claro, pela cirurgia, não a desobedeço (como normalmente faço. Quem nunca?).

E a planilha é a seguinte:

Semana 2…. 3' x 3' até 30' 
Semana 3.... 10' corrida + 3' x 3' até 34' 
Semana 4.... 15' corrida + 3' x 3' até 39' 
Semana 5.... 20' corrida + 3' x 3' até 44' 
Semana 6..... 30' direto

Então, o treino alterna entre trote/ corrida e caminhada. É assim, e está sendo executada a risca. E o engraçado é a reação das pessoas ao passarem por mim me vendo caminhando. 

Fico imaginando os grupos de pessoas e o que elas estão pensando:

Aquelas que não praticam atividade: “O cara está fazendo exercício, tem até um grupo de caminhada”.

Aqueles que correm: “O maluco quebrou”. 

Os colegas da Authentic: “Coitado, essa volta as pistas é dose. O cara está sofrendo. Nem correr aguenta”.

Interessante, porque os colegas passam e tentam das aquela força: “Bora! Força, não para, não!”. E claro que dá um gás, motiva, sentir-se querido é bom e importante. Mas, vale aqui a reflexão de que nem tudo o que vemos é da forma como enxergamos.

O outro, lado as vezes, é menos duro. Até feliz, uma vez que está tudo dentro do planejado. E com uma felicidade enorme por estar de volta!



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terça-feira, 11 de julho de 2017

O Retorno

Na semana passada, estava “agendada” minha primeira “corrida” após a cirurgia. Mas, a instrução foi andar forte por 30 min. 4 dias na semana. E assim foi. Andar é o que fazemos todos os dias mesmo…rsrs.

Essa semana foi a primeira depois da cirurgia. Uma vontade de correr e um medo de sentir uma pontada ou coisa pior. A prescrição, foi: 2’ trote + 3’ de caminhada. 6X.

Claro que durante esse tempo dei umas corridas no shopping, em casa (rsrs), deu para ver que parecia estar tudo bem. Mas vai convencer a mente que não vai doer…

Primeiro ciclo (que para mim era o divisor) foi tranquilo. Seguiram os demais na expectativa de alguma dor aparecer (corri o que deu, sem me preocupar em manter um pace alto). Não apareceu. O outro joelho chateou a canela da outra perna incomodou, mas ele, nada, firme e forte (so far).

Ficando assim obediente, está no lucro. Juro que nem cansei hoje (não pelo baixo esforço, mas pela vontade de correr e medo da dor. O pensamento compensou a memória do cansaço.

Vamos em frente!



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O Muro (Do Desconhecido), Ou Uma Reflexão

Mudanças dão medo. O desconhecido dá medo. O novo dá medo.

Então você se vê tendo que se adaptar a coisas simples a banais, como levantar-se da cama, sentar num vaso, tomar banho, se enxugar, sentar numa cadeira e ir do quarto pra sala. Você percebe o valor das pequenas coisas da vida.

E pensa: meu Deus, como seria se eu não tivesse uma perna? E se não pudesse andar? E se tivesse que conviver com dor o resto da vida?

E nesse momento você dá um valor danado a poder colocar água num copo, poder ir e vir sem depender de ninguém, enxergar, tomar uma cerveja, ouvir e conversar com os amigos. O que fazemos todos os dias mas de forma automática, e nem percebemos ou damos o devido valor. 

Minha esposa ia trabalhar e um dia ou outro minha filha (que estuda de manhã) ficou em casa ou chegou antes dela. Enfim, uma vez me dei conta que ela, com 14 anos e magrinha de dar inveja em todos nós (rsrs), estava segurando meu braço enquanto eu andava, como se eu caísse ela conseguisse me segurar. Essas coisas sob perspectiva, é que dão a exata noção da vida. 

E não importa no que você acredite, tenha fé em algo, faça sua parte que o resto vem. É uma consequência, a vida nos dá o que fazemos por merecer. Ainda que muitos não entendam o que ou por qual motivo fazemos.



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Um Passado Não Tão Distante, ou Um Breve Histórico Da Vida Recente

Em dezembro de 2015 comecei a sentir um incômodo no joelho esquerdo. Como todo corredor sabe que sentir dor é normal, e que mais dia, menos dia vai sentir uma aqui, outra ali, segui em frente.

Janeiro/ 2016. A dor aumenta, diferente, chata, que você percebe que tem algo a mais. Mas vai na musculação e correndo e doendo. Com o tempo uma sensação de joelho “solto”. Jogava a perna para a frente, “encaixava”. Um sábado qualquer a noite do mesmo ano, entrando em um café, senti e ele não voltou mais. Passei uma noite horrível, no dia seguinte fui na emergência, tomei remédio e fui para um ortopedista. Menisco e um possível problema na cartilagem.

Uma corrente quer operar, outra diz que dá pra levar. Levei. O resto do ano sem correr direito, e no fim de 2016 resolvi ir num especialista em joelho, mas depois de meses sem correr, já desanimado e doido para resolver.

Ele olha as inúmeras ressonâncias e outros exames, olha para cima, para mim, e diz: “É, a lesão é severa. Você nem devia estar correndo. Aí é cirúrgico mesmo. Vou pedir um exame para ver se tem espaço para operar. Se der, operamos e você volta a correr, se não tiver espaço, não dá para operar e você tem que esquecer a corrida”. Simples assim, mas com muita segurança, tranquilidade e passando que ele não queria operar por operar, entende?

Fiz o exame, imagine, torcendo para TER ESPAÇO para operar, e não para VER SE NÃO operava. Uma situação que não desejo a ninguém. Mas dava para operar, olha que maravilha (até parece).

Vamos marcar a cirurgia, cadê a coragem? Eu rezando para o plano demorar para autorizar. E demorou mesmo por processos internos da clínica. Mas em vez de marcarem para antes do Carnaval, ficou para 08/03. 

Dois dias antes eu chorei de noite pensando na cirurgia (só havia feito uma aos 27 dias de nascido, ou seja: para mim, nunca havia me operado). No dia anterior, mal dormi - a cirurgia estava marcada para a tarde. Que manhã terrível. Só me passa pela cabeça o pânico de ir para o centro cirúrgico, de ser anestesiado (sim, foi anestesia geral leve, com uma mais forte no local) e perder a consciência - tenho verdadeiro pavor de perder o controle das coisas, da minha vida, do desconhecido.

Embora todos tenham me dito que é uma cirugia simples, com pós tranquilo, para mim era uma cirurgia. E cirurgia é cirurgia. E dá medo. Ponto. 

Não sabia o que fazer no quarto antes da cirurgia, mas no estacionamento já estava marcando uma conferência para a mesma semana, afinal eram 5 dias sem dirigir (que viraram 21), e 1 muleta por 7 dias (que viraram 2 por 21 dias). Acordei tranquilo, bem, a voltei pra casa. Uma note de quarta tranquila, uma manhã de quinta surpreendentemente tranquila. Ao meio dia, começou a inchar e doer muito e durou até sexta pela manhã quando fui fazer a revisão. Estava conformando que ia ser um pós terrível, mas fiz uma punção (nos dias/ semanas seguintes, mais 2), e saí da clínica sem dor. E assim foi até tirar os pontos e deixar as muletas. 

Para mim, foi uma provação, testou meus limites psicológicos mais profundos. Mas saí com a sensação que somos mais fortes que nossos medos e que, sim, ter limitações é bem ruim para quem está acostumado com liberdade, e preza muito essa liberdade.

Após essa fase, o médico mandou fazer 45 dias de musculação e ficaria liberado para correr. 

Pois eu fiz musculação SEM FALTAR UM DIA (exceto nos dias que não pude treinar para fazer exames de sangue), 6X por semana. Alguns dias, ia 2 vezes a academia (obviamente não me deixavam treinar com peso a noite, mas fazia outras atividades).

O que posso dizer para quem um dia precisar fazer uma cirurgia no menisco (no meu caso, frontal e lateral) e uma mexida na cartilagem? Se for o jeito e não der para contornar, FAÇA! O pós é tranquilo, sem dor, exigindo que você se adapte as limitações temporárias. Vale a pena (até aqui, pelo menos), e logo você está de volta. 

Vá sem medo. Ou com medo mesmo, mas vá. Problema é para ser enfrentado. De frente (se não der pra atacar o problema por trás…rsrs). Pesando na balança, o saldo é positivo. Ouça quem já fez, converse com especialistas e escolha um bom médico. No meu caso, a cicatriz (2, uma para o instrumento, outra para a câmera) está imperceptível (mas passei os 3 meses se tomar sol e saindo com protetor).

Ah! E fiz uma aplicação de ácido hialurônico. Volto em 6 meses para ver de precisa de outra aplicação.

Qual é a sensação de quem treina, leva uma vida ativa, passar por limitações (temporárias que sejam)? Como será a volta?

Veremos a seguir.


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