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terça-feira, 11 de julho de 2017

Um Passado Não Tão Distante, ou Um Breve Histórico Da Vida Recente

Em dezembro de 2015 comecei a sentir um incômodo no joelho esquerdo. Como todo corredor sabe que sentir dor é normal, e que mais dia, menos dia vai sentir uma aqui, outra ali, segui em frente.

Janeiro/ 2016. A dor aumenta, diferente, chata, que você percebe que tem algo a mais. Mas vai na musculação e correndo e doendo. Com o tempo uma sensação de joelho “solto”. Jogava a perna para a frente, “encaixava”. Um sábado qualquer a noite do mesmo ano, entrando em um café, senti e ele não voltou mais. Passei uma noite horrível, no dia seguinte fui na emergência, tomei remédio e fui para um ortopedista. Menisco e um possível problema na cartilagem.

Uma corrente quer operar, outra diz que dá pra levar. Levei. O resto do ano sem correr direito, e no fim de 2016 resolvi ir num especialista em joelho, mas depois de meses sem correr, já desanimado e doido para resolver.

Ele olha as inúmeras ressonâncias e outros exames, olha para cima, para mim, e diz: “É, a lesão é severa. Você nem devia estar correndo. Aí é cirúrgico mesmo. Vou pedir um exame para ver se tem espaço para operar. Se der, operamos e você volta a correr, se não tiver espaço, não dá para operar e você tem que esquecer a corrida”. Simples assim, mas com muita segurança, tranquilidade e passando que ele não queria operar por operar, entende?

Fiz o exame, imagine, torcendo para TER ESPAÇO para operar, e não para VER SE NÃO operava. Uma situação que não desejo a ninguém. Mas dava para operar, olha que maravilha (até parece).

Vamos marcar a cirurgia, cadê a coragem? Eu rezando para o plano demorar para autorizar. E demorou mesmo por processos internos da clínica. Mas em vez de marcarem para antes do Carnaval, ficou para 08/03. 

Dois dias antes eu chorei de noite pensando na cirurgia (só havia feito uma aos 27 dias de nascido, ou seja: para mim, nunca havia me operado). No dia anterior, mal dormi - a cirurgia estava marcada para a tarde. Que manhã terrível. Só me passa pela cabeça o pânico de ir para o centro cirúrgico, de ser anestesiado (sim, foi anestesia geral leve, com uma mais forte no local) e perder a consciência - tenho verdadeiro pavor de perder o controle das coisas, da minha vida, do desconhecido.

Embora todos tenham me dito que é uma cirugia simples, com pós tranquilo, para mim era uma cirurgia. E cirurgia é cirurgia. E dá medo. Ponto. 

Não sabia o que fazer no quarto antes da cirurgia, mas no estacionamento já estava marcando uma conferência para a mesma semana, afinal eram 5 dias sem dirigir (que viraram 21), e 1 muleta por 7 dias (que viraram 2 por 21 dias). Acordei tranquilo, bem, a voltei pra casa. Uma note de quarta tranquila, uma manhã de quinta surpreendentemente tranquila. Ao meio dia, começou a inchar e doer muito e durou até sexta pela manhã quando fui fazer a revisão. Estava conformando que ia ser um pós terrível, mas fiz uma punção (nos dias/ semanas seguintes, mais 2), e saí da clínica sem dor. E assim foi até tirar os pontos e deixar as muletas. 

Para mim, foi uma provação, testou meus limites psicológicos mais profundos. Mas saí com a sensação que somos mais fortes que nossos medos e que, sim, ter limitações é bem ruim para quem está acostumado com liberdade, e preza muito essa liberdade.

Após essa fase, o médico mandou fazer 45 dias de musculação e ficaria liberado para correr. 

Pois eu fiz musculação SEM FALTAR UM DIA (exceto nos dias que não pude treinar para fazer exames de sangue), 6X por semana. Alguns dias, ia 2 vezes a academia (obviamente não me deixavam treinar com peso a noite, mas fazia outras atividades).

O que posso dizer para quem um dia precisar fazer uma cirurgia no menisco (no meu caso, frontal e lateral) e uma mexida na cartilagem? Se for o jeito e não der para contornar, FAÇA! O pós é tranquilo, sem dor, exigindo que você se adapte as limitações temporárias. Vale a pena (até aqui, pelo menos), e logo você está de volta. 

Vá sem medo. Ou com medo mesmo, mas vá. Problema é para ser enfrentado. De frente (se não der pra atacar o problema por trás…rsrs). Pesando na balança, o saldo é positivo. Ouça quem já fez, converse com especialistas e escolha um bom médico. No meu caso, a cicatriz (2, uma para o instrumento, outra para a câmera) está imperceptível (mas passei os 3 meses se tomar sol e saindo com protetor).

Ah! E fiz uma aplicação de ácido hialurônico. Volto em 6 meses para ver de precisa de outra aplicação.

Qual é a sensação de quem treina, leva uma vida ativa, passar por limitações (temporárias que sejam)? Como será a volta?

Veremos a seguir.


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@rsinay



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