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domingo, 4 de novembro de 2012

Track&Field Run Series Salvador Shopping 2012 - A Prova. Alguns Pensamentos

Estava relendo o Post sobre a Track&Field e percebi que faltaram algumas sensações que deixei de fora.

Como havia dito, poderia - e deveria ter feito 10K. Mas, em função das 2 voltas, resolvi fazer 5K, e dar um gás extra. 

No meio da prova, me questionei o real motivo de estar ali, sofrendo, dando aquele duro, e, pelo ritmo, que daquele jeito, claro, não faria 10K. E pensei em quão duro temos que dar para melhorarmos mais e mais, e porque queremos tanto fazer melhor.

Já comentei aqui, e não sei se já aconteceu com vocês, mas, algumas vezes senti um enjôo, uma vontade de vomitar, cheguei a pensar que nunca mais queria correr novamente - e conversando, descobri que outras pessoas já sentiram o mesmo.

Não foi o meu caso hoje (senti pela 1a vez na Meia de Floripa), mas aquela sensação de esgotamento, a vontade de querer mais e o corpo relutando, remonta a sentimentos ambíguos.

E sempre me pergunto a mesma coisa: "Por que, pra que, tudo isso?".

Quando cheguei, ainda cansado, encostei na grade para descansar, recobrei a respiração, e acompanhei os demais corredores chegarem, um a um, cansados, rindo, cara de dor, de satisfação, um misto de tudo um pouco, provavelmente pessoas que nunca tinham feito uma prova, outras se recuperando de alguma doença, outros acompanhando cadeirantes, cada qual com sua realidade.

Foi quando vi o primeiro colocado dos 10K chegar 1 minuto depois de mim (rsrsrs), e o sentimento de realização estampado no seu rosto. Logo após, o segundo, depois o terceiro, e assim foi. O quarto colocado, um homem de cerca de 35/ 40 anos, parou antes da chegada, olhou, andou bem devagar, cruzou a linha, andou, parou, passou a mão no tapete, como que agradecendo, ninguém o guardava, ele levantou os braços, olhou para o céu, balbuciou algumas palavras e seguiu.

E nessa hora, lembrei o motivo pelo qual, a cada treino difícil, a cada prova sofrida, eu volto a correr e me dedicar mais e mais: é que, nossa, passar por isso tudo, chegar, sentir que conseguimos, olhar para trás e ver que realizamos, É BOM DEMAIS ! Ainda mais que competimos contra nós mesmos, sem dever satisfação a quem quer que seja.

Nessas horas, descobrimos o real sentido da palavra liberdade: fazer o que gostamos, quando queremos, do jeito que desejamos, e chegando lá na frente, nas nossas metas.

Se isso não for liberdade e riqueza, não sei mais o que seria.



Coment·rios
4 Coment·rios

4 comentários:

  1. Aí sim...
    Até eu lendo a postagem anterior, como assíduo sou do blog, tinha achado que faltava algum comentário mais entusiasmado...(risos)

    Agora normalizou...

    É isso aí, tenho um conhecido que sempre quando conversamos diz em uma analogia a fazer coisas com satisfação: "Quem corre porque gosta! não cansa!"

    Daí eu acabei tirando o meu lema de vida "correr não é (só) um exercício, é um estado de espírito!"

    Um abraço e boa semana!
    daniel

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  2. Lindo, cara! É bem por aí. Treinos chatos na esteira, treinos na rua onde o corpo não vê graça naquilo mas queremos continuar, corridas desorganizadas que insistimos em terminar. Tudo faz sentido quando as pessas e você cruzam a linha e percebem que há algo muito maior que essas birras que criamos ao nos questionar sobre o porque de tudo isso. Ótimo texto, Roberto.

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    Respostas
    1. Quando tudo parece ruim, desanimador, sem sentido, encontramos motivos para continuar.

      E, no final, descobrimos porque não desistimos. Afinal, "a dor é temporária, e desistir é para sempre". :-)

      Abraço,

      Roberto

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