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sexta-feira, 30 de março de 2012

Uma Forma de Evoluir...

Ai, ai... essa vai ficar na história.

Vamos voltar no tempo. Lá para outubro de 2011.

Estava eu, ao término de um treino na praça, quando chega Marcos e começa a conversar. Eu o tinha visto pouco, algumas vezes apenas. Conversa vai, conversa vem, ele diz que o treino dele eram 6,5K e que ia de uma praça a outra (Aquarius x Eucaliptos, para quem é de Salvador). 

Eu estava quase chegando nos 5K e pensei: "Que legal, ele treina quase a minha distância, estou chegando lá e vou fazer esse percurso também!". Mais tarde, descobri que ele fazia meia Maratona, mas esse foi apenas um detalhe.

Sim, num sábado de novembro, estava no início do meu  "longão" de 5K todo feliz, quando passa por mim Marcos, e pergunta se pode me "acompanhar". Respondi que sim e seguimos conversando.

Ah, eu corria a 8,5km/h (sempre assim, para quem não está acostumado, poder entender melhor) e, para acompanhar Marcos, logo cheguei nos 9, depois, 9,5... E assim fui cerca de 2K. Quando cheguei nos 2,5 percebi que aquilo não ia der certo: 9,8km/h.

E durante nossa corrida, ele me perguntou 3 vezes como estava minha frequência cardíaca (FC). Respondi que bem, pois isso nunca havia sido problema para mim. E nem costumava colocar essa variável na tela principal do meu Garmin. Mas, sem saber no que ele trabalhava, achei muita prudência essa preocupação.

Bom, por volta de 3K, comecei a reduzir, bateu tontura e o diabo. E fui segurando e reduzindo, para não ter que parar de vez. Faltando 1K para os 5, ele me diz: "Vamos fazer 500m a 9,0km/h e os últimos 500m, a 9,8/ 10, ok?" 

Olho no Garmin e falo, quase sem voz: "Ok, mas já estamos a 9,5km/h"

Ele: "Hum..tá, e fazemos os últimos 500m a 9,8, beleza?"

Olho novamente, e murmuro: "Já estamos a 9,8km/h, e nos primeiros 500m finais"

Ele: "Hum...no meu, não, ah, é mesmo"

Faltando 300m pra terminar os 5K, solto um fiapo de voz: "Marcos, segue, vai, que eu vou desacelerando, beleza?". E ele foi terminar os 6,5K dele.

Volto pra barraca e, conversando, descubro que o cara é cardiologista, e dos muito bons, maior elogio, etc. Ah, por isso a preocupação com a FC....

Volta ele, e conversando, diz: "Desculpa, Roberto, puxei você hoje, mas fizeram isso por mim quando comecei, e acho que devo retribuir".

"Que nada, eu que agradeço, assim é que se anda".

"Sim, você viu sua FC?"

Um parêntesis. Numa forma simplória e sujeita a ponderações pelos cardiologistas, a FC máxima é obtida diminuindo sua idade de 220, ou seja, no meu caso: 220 - 41 = 179 bpm. Isso a FC máxima, pois normalmente corremos a 85% dela, dependendo do treino. 85% de 179 = 152 bpm.

Respondo: "Tranquilo, minha FC vai até 178, sem problema. Quer ver? Hoje ela chegou em...pera... aqui: 198 ?? Eitaa..."

Ele: "O que? 198? Nossa, não, você desperdiçou energia, podia correr num ritmo menor, e ainda assim, ter um bom resultado".

Olha, eu estava todo acabado: perna doía, corri meu longão de 5K que era minha maior distância, num ritmo superior à minha média, batendo papo (quer dizer, quando conseguia), pra desperdiçar energia? Ah, não.

Dei muita risada o resto do dia, pensando no sangue que tive que dar para acompanhá-lo: ah, que energia perdida que nada, eu descobri, por caminhos tortuosos, que conseguia, sim, me superar e que não existem limites, mesmo quando ainda não os conhecemos.

Claro que isso não serve de desculpa para loucuras que comprometam a integridade física, ok? No meu caso, já havia chegado a picos próximos a esse, estava baixando a FC em função do condicionamento, e tinha um cardiologista ao meu lado. E se tivesse informado minha real FC (que nem me dei ao trabalho de olhar), ele me mandaria reduzir ou parar na hora. Além de perceber que eu estava bem, afinal ainda conseguia correr e conversar... rsrs

Mas até hoje, penso nesse dia. Claro que, correndo 11K, o ritmo cai, pois primeiro temos que focar em atingir essa distância, e depois procuramos melhorar o tempo. Domingo passado foram 10K em 1h11min., e há dois domingos, 5K em 35'. Nada extraordinário, mas devagarzinho e sempre.

E assim, vamos crescendo e conhecendo nossos limites, certo?












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